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Ministros negam que haja corrupção no MEC e ouvem cobranças dos deputados

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O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, minimizaram as denúncias de corrupção no Ministério da Educação (MEC). Eles disseram ainda que irregularidades são investigadas por iniciativa da própria Pasta, que encaminha denúncias à CGU.

Os dois participaram, nesta terça-feira (5), de audiência pública conjunta das comissões de Educação; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. Um dos assuntos tratados foi a operação Acesso Pago, da Polícia Federal (PF), que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos e verbas da educação durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro.

Alan Rones/Câmara dos Deputados
Esclarecimento de tentativas de compras do FNDE e Corte de Verbas. Wagner Rosário - MINISTRO DA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO - CG
Wagner Rosário defendeu o governo: até agora não tem ninguém da alta cúpula condenado

Sobre o tema, Wagner Rosário disse que os indícios de irregularidade foram relatados a ele pelo MEC em agosto de 2021, e as investigações foram iniciadas em setembro de 2021. Uma primeira investigação foi finalizada em março deste ano e o material sobre um suposto oferecimento de vantagem foi encaminhado à polícia. Posteriormente, houve novas denúncias e a PF deflagrou a operação.

Os ministros responderam a perguntas de diversos deputados, que foram enfáticos ao questionar se havia ou não corrupção no MEC. “Existe caso de corrupção no governo federal? Já foi detectado algum caso de corrupção no Ministério da Educação?”, questionou o 1º vice-presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).

“A gente só garante que tem corrupção depois que a gente tem a pessoa condenada. Até agora, não temos ninguém da alta cúpula. Temos esse caso aí de investigação em cima do ex-ministro, mas não tem caso de ninguém envolvido recebendo propina. Isso faz parte de uma atuação do governo, por meio da CGU e de outros órgãos, de investigar os casos”, declarou Wagner Rosário.

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Victor Godoy Veiga, que substituiu Milton Ribeiro no cargo de ministro, também defendeu o governo, cuja postura, segundo ele, é a de não ser tolerante e de colaborar com as investigações.

“Tão logo assumi como ministro interino, adotei medidas preventivas. Solicitei ao presidente do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] que suspendesse operações que pudessem ter relação com as investigações em curso”, explicou Victor Godoy Veiga. “Solicitei que fossem feitos levantamentos de informações no Ministério da Educação e encaminhei isso nos primeiros dias de minha gestão à GCU. Também fiz algumas exonerações de pessoas citadas em investigação.”

O deputado Pedro Uczai (PT-SC), um dos parlamentares que solicitaram a audiência, cobrou respostas para as investigações. “A impressão aqui é que somos nós e a impressa que levamos os indícios para a CGU. Ou foi o senhor que levou? Quais os indícios? Senão aqui parece que o servidor recebe uma moto e demitem ele, mas não é crime?”, criticou Uczai.

Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que também solicitou a realização da audiência com os ministros, “existe corrupção no MEC e é explícita”.

Mobiliário escolar
Os parlamentares também pediram esclarecimentos sobre a tentativa de compra, pelo FNDE, de mesas e cadeiras escolares com sobrepreço de R$ 1,59 bilhão; e sobre corte de verbas para universidades federais, entre outros assuntos.

Wagner Rosário esclareceu que não houve compra de mobiliário com sobrepreço, segundo auditoria da própria CGU, porque a análise foi feita a tempo e a licitação que estava prevista para 4 de fevereiro deste ano foi suspensa.

“Corrigido isso aí, vai ocorrer nova licitação”, afirmou o ministro Rosário. “Fizemos o trabalho de controle interno e conseguimos evitar o problema.”

Victor Godoy Veiga acrescentou que as providências tomadas diminuíram o risco de sobrepreço na licitação. Segundo ele, também não há indício de que os gestores tenham incorrido em falta de zelo.

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Universidades
Victor Godoy Veiga também negou que tenha havido corte de verbas para as universidades federais. Ele disse que, ao contrário, houve aumento 16,6% no orçamento das universidades, passando de cerca de R$ 5,2 bilhões, em 2021, para R$ 6 bilhões, em 2022.

Já o orçamento dos institutos federais, segundo o ministro da Educação, cresceu 29,3%, passando de R$ 1,9 bilhão, em 2021, para R$ 2,5 bilhões neste ano.

Merenda escolar
O presidente da Comissão de Educação, deputado Kim Kataguiri (União-SP), e outros parlamentares cobraram ainda um reajuste do valor repassado para a merenda escolar.

“Há 12 anos não há reajuste do valor repassado para a merenda. Nós sabemos que ele é suplementar, mas é insuficiente. Atualmente, está em R$ 1,07 para cada aluno de creche, R$ 0,53 para cada aluno de pré-escola e R$ 0,36 para cada aluno de ensino fundamental e médio”, listou Kataguiri.

O ministro Victor Godoy Veiga respondeu que há levantamentos para fazer reajuste, mas defendeu uma qualificação da transferência.

“Quando a gente olha o saldo disponível em conta nos estados e municípios dos recursos de alimentação escolar, temos hoje R$ 1,7 bilhão disponíveis para alimentação. Isso corresponde a quatro parcelas mensais de alimentação escolar do governo federal. Alguns estados mantêm esse recurso em conta”, disse o ministro da Educação. “A gente precisa discutir essa repartição de recurso. Será que a gente precisa mandar o mesmo valor para São Paulo e para Roraima? Não é só aumentar o valor, mas qualificar a transferência para o recurso ser melhor utilizado na ponta.”

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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