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Mudança demográfica exige reestruturação do Estado, afirmam especialistas

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Em debate sobre o planejamento de ações que atendam ao aumento do envelhecimento da população brasileira, especialistas em demografia alertaram para a necessidade de uma relevante reestruturação do Estado, com melhores ofertas nos serviços de saúde e maior formalização dos postos de trabalho. Um desafio que deverá ser enfrentado na elaboração dessas políticas públicas será lidar com a grande desigualdade social entre as regiões do País.

O assunto foi tema de audiência pública realizada quarta-feira na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, a pedido do deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS). Ele se disse preocupado com os recentes dados demográficos brasileiros que projetam para o ano de 2060 uma proporção de uma pessoa idosa (acima de 60 anos) para 1,6 pessoa na faixa de idade entre 14 e 59 anos.

“É importante que o Estado brasileiro se prepare, com ações de curto, médio e  longo prazos, para uma outra realidade demográfica, com a diminuição da natalidade e o aumento da população idosa”, alertou.

Aposentadoria
O geógrafo Vladimir Pomar, que participou da audiência, ressaltou que “a grande massa da população” acima de 60 anos ou que vai estar nessa faixa etária nos próximos anos poderá ter seu direito à aposentadoria comprometido. Com isso, o poder público terá de oferecer uma rede de atendimento, que vai desde serviços de saúde adequados até moradia e cuidados pessoais.

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“No caso do Brasil, nós estamos entre a crise populacional e o colapso populacional, e a gente está demorando a agir, nós temos que ter um planejamento para 2050, 2060, para ver como vamos lidar quando dobrar a população idosa”, alertou.

Diversidade
A grande diversidade social e do perfil da população entre as diferentes regiões brasileiras representa mais um desafio no planejamento das políticas públicas, conforme avaliou o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Alexandre da Silva.

Mario Agra / Câmara dos Deputados
Alexandre da Silva fala durante audiência pública
Alexandre da Silva alertou para diferenças regionais na elaboração das políticas

“O planejamento para o envelhecimento da região Sul, por exemplo, precisa ser diferente da região Norte. Temos que considerar as desigualdades, que vão se perpetuando, acumulando, se agravando e também chegando às idades mais avançadas, ao ponto de garantir ou não que grupo social vai ou não envelhecer e com qual condição de vida”, disse Silva.

Plano Plurianual
De acordo com o diretor-substituto de Programas Sociais, Áreas Transversais, Multissetoriais e Participação Social do Ministério do Planejamento, Danyel de Lima, o instrumento utilizado pelo governo federal para planejar políticas públicas voltadas ao idoso é o plano plurianual (PPA). O projeto de lei com o planejamento para os próximos quatro anos, entre 2024 e 2027, está em análise no Congresso.

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Segundo Lima, o desafio mais imediato para o Executivo é o financiamento da Previdência. Com o envelhecimento da população diminui a proporção de trabalhadores em relação ao número de aposentados, o que reduz a arrecadação para financiar o pagamento das aposentadorias.

“O balanço entre pessoas em idade potencialmente produtiva – entre 20 a 64 anos – e aquelas que, em tese, já deixaram o mercado de trabalho, pode saltar de 45% para 60%, ou seja, a gente pode ter um potencial risco de déficit previdenciário”, comparou.

Formalização trabalhista
Para amenizar o problema, Danyel Lima afirmou que a estratégia do governo será gerar mais empregos, principalmente com carteira assinada. A meta é chegar a 75% dos trabalhadores na formalidade em quatro anos, contra os 69,2% de hoje.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Rodrigo Bittar

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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