POLITÍCA NACIONAL
País deve retomar projetos de hidrelétricas com reservatórios, apontam especialistas
POLITÍCA NACIONAL
Em tempos de mudança climática, o Brasil precisa retomar a construção de usinas hidrelétricas com grandes reservatórios de água. Entre outros benefícios, os lagos garantem a oferta de energia firme e limpa, e ainda podem ser usados para o controle de cheias. A avaliação foi feita por representantes do governo e do setor elétrico ouvidos nesta quarta-feira (13) na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
O debate foi proposto pelo deputado Geraldo Mendes (União-PR). Para ele, é preciso vencer o discurso de que os reservatórios das usinas hidrelétricas prejudicam o meio ambiente.
“É um grande equivoco que o ‘usineiro’ não tem responsabilidade ambiental. Pelo contrário, nós somos os maiores preservadores ambientais do mundo para poder ter uma boa qualidade de produção de energia”, disse Mendes.
Crescimento
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a última usina com reservatório significativo que entrou no sistema elétrico foi a de Serra da Mesa, em 1998. Depois o País priorizou usinas a fio d’água, que geram energia apenas com o fluxo de água natural do rio, sem ocorrer o armazenamento em grandes lagos.
“O sistema aumentou, cresceu, a demanda cresceu, mas a nossa capacidade de armazenar energia, na forma de reservatório, não evoluiu”, disse o presidente executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi.
Segundo ele, os reservatórios de acumulação podem ajudar o País a cumprir as metas de descarbonização assumidas em acordos internacionais.

Comunicação
A superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações dos Serviços de Energia Elétrica (SCE) da Aneel, Ludimila Lima da Silva, afirmou que o número de projetos para construção de hidrelétricas vem caindo no Brasil. “As empresas do setor não têm demonstrando interesse nem sequer em estudar esses aproveitamentos [hídricos]. É um cenário futuro de diminuição do número de outorgas”, disse.
Ela apontou múltiplos fatores, como questões ambientais e o excesso de ofertas de outras fontes. Silva disse ainda que o setor precisa melhorar a sua comunicação com a sociedade sobre o papel das usinas hidrelétricas no suprimento nacional.
A presidente da Associação Brasileira de Centrais Geradoras Hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), Alessandra Torres, fez a mesma avaliação. Segundo ela, é preciso ainda descontruir a ideia de que as hidrelétricas prejudicam o meio ambiente. “Precisamos consertar o discurso de demonização ambiental de parte da sociedade”, afirmou.
De acordo com a diretora do Departamento de Planejamento e Outorgas de Geração de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Christiany Salgado Faria, o potencial a ser explorado de geração hídrica chega a 52 gigawatts, o equivalente a quase quatro Itaipus. Dessas, 77% estão localizadas em áreas protegidas, como unidades de conservação.
Para ela, a instalação de novos empreendimentos deve passar pelo debate com outros atores. “Novos reservatórios não têm que ser focados só na geração de energia elétrica. A gente tem que sentar com outros atores e pensar nos usos múltiplos”, afirmou.
Reportagem – Janary Júnior
Edição – Geórgia Moraes
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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