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Pedagogia restaurativa pode reduzir violência nas escolas, afirmam especialistas

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Especialistas acreditam que a pedagogia restaurativa é um instrumento capaz de ajudar na solução de questões que têm levado ao número alarmante de ataques a escolas no Brasil nos últimos anos. O tema foi discutido na terça-feira (24) em audiência pública na Câmara dos Deputados.

A pedagogia restaurativa é uma metodologia que busca construir relações saudáveis e resolver conflitos priorizando o diálogo e a empatia.

Autora do pedido para a realização do debate, a deputada Professora Goreth (PDT-AP) citou estudo do Instituto Sou da Paz segundo o qual, até o dia 19 de julho deste ano, o País já havia registrado 25 ataques a estabelecimentos de ensino.

Na última segunda-feira (23), um adolescente de 16 anos matou a tiros uma estudante e feriu outras duas na Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo. O atirador era aluno do colégio e teria atirado contra os colegas por sofrer bullying. Ele foi apreendido pela Polícia Militar.

Cultura de paz
Diante dessa realidade, a parlamentar afirma ser necessário encontrar formas de estimular a formação de uma cultura da paz. Professora Goreth acredita que a pedagogia restaurativa pode ajudar nesse caminho.

“É preciso desenvolver novas competências e habilidades em todos nós”, disse. “A pedagogia restaurativa pode e já está contribuindo para a promoção de paz nas escolas e, por conseguinte, na nossa sociedade.”

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Modelo adotado no Amapá
De acordo com a promotora de Justiça do Ministério Público do Amapá Silvia Canela, depois que o estado adotou a pedagogia restaurativa nunca mais foram registrados casos de violência grave nas instituições de ensino.

“Antes, o índice de violência era altíssimo, diariamente era acionado o batalhão da polícia escolar, já tivemos lesão grave e homicídio. Agora, há muito tempo não temos registro de violência grave nas escolas”, comparou.

Conforme explicou a coordenadora do Programa Educação para a Paz da Secretaria de Educação do Amapá, Maria Dioceles, o estado começou a adotar a pedagogia restaurativa ainda em 2017.

Atualmente, a principal atividade do programa, informou, consiste na formação de professores, mas também há protocolos para lidar com situações emergenciais de conflito. As atividades no Amapá envolvem, além da Secretaria de Educação, o Ministério Público e o Judiciário.

Prevenção
Assim como os demais participantes da audiência pública, Silvia Canela enfatizou que a pedagogia restaurativa é muito mais que um instrumento de solução de conflito. A promotora de Justiça ressaltou que se trata de uma metodologia que utiliza uma série de técnicas e procedimentos para estimular o diálogo e instituir uma cultura de paz.

Entre as práticas mais comuns, citou atividades como a realização de conversas diárias com alunos para saber como estão se sentindo e debater possíveis problemas com os quais estejam lidando. Também há contação de história e círculos de conversa com toda a comunidade escolar para discutir assuntos de interesse comum, por exemplo.

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Noção de responsabilidade
O objetivo de todo esse trabalho, como sublinhou o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul Leoberto Brancher, é desarticular os mecanismos tradicionais de solução de problemas baseados em culpa, perseguição e imposição de castigo. No lugar, deve-se instituir uma cultura de responsabilidade a partir da interação direta com as próprias emoções e as emoções dos outros.

“O sistema promove um olhar frente a frente com o outro, ver no rosto do outro estampada a consequência dos nossos atos, isso significa um novo modelo de responsabilidade”, comentou. “Isso exige habilidades avançadas de diálogo, que se associam a essa mudança de visão.”

Melhor rendimento dos alunos
Além de ajudar na redução da violência, a pedagogia restaurativa apresenta outros resultados positivos, conforme destacou Silvia Canela. Segundo relatou, nas instituições que adotaram a metodologia, houve melhora significativa no rendimento dos alunos. O envolvimento da comunidade com a escola também cresceu com a adoção da prática, afirmou a promotora de Justiça.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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