POLITÍCA NACIONAL
Presidentes de comissões afetadas por vetos preveem reação para garantir recursos de emendas
POLITÍCA NACIONAL
Presidentes de comissões da Câmara dos Deputados afetadas pelos vetos presidenciais a emendas do Orçamento deste ano disseram que os cortes prejudicam o próprio governo e avaliaram que os vetos serão derrubados pelo Congresso Nacional.
Os vetos presidenciais às emendas de comissões da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 somam R$ 5,6 bilhões e, de acordo com as consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado, atingem principalmente ações dos ministérios.
O total vetado equivale a um terço das emendas propostas pelas comissões (R$ 16,6 bilhões). No caso de oito comissões, como as de Turismo, Esportes e Minas e Energia, os vetos atingiram 100% dos valores previstos nas emendas.
O governo pode ainda recompor o Orçamento a partir de remanejamentos de outras áreas ao longo do ano, por meio de créditos adicionais, mas os vetos às emendas de comissão provocaram críticas na primeira semana de trabalho do Congresso Nacional neste ano.
Assistência Social
Uma das comissões que tiveram todas as suas emendas vetadas foi a de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, com quase R$ 126 milhões. O deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), presidente do colegiado, disse que os cortes atingem recursos para projetos sociais, como distribuição de alimentos e cestas básicas.
O parlamentar acredita que o Congresso vai derrubar os vetos. “Eu não tenho a menor dúvida de que esses vetos cairão e de que esses recursos que garantimos através de um amplo trabalho de discussão e de articulação política para votar e aprovar, eu tenho certeza de que esse recurso vai voltar para a janela orçamentária e será destinado à população brasileira a partir da indicação do nosso colegiado”, disse Fernando Rodolfo.
Turismo
A Comissão de Turismo também teve todas as emendas vetadas, no valor total de R$ 950 milhões. De acordo com o presidente da comissão, deputado Romero Rodrigues (Podemos-PB), os cortes atingiram principalmente projetos de infraestrutura turística. Ele disse que o prejuízo é principalmente para o Ministério do Turismo, mas foi cauteloso ao falar da derrubada dos vetos.
“Há um prejuízo muito grande, não para o Parlamento brasileiro, mas principalmente para o governo federal atuar junto ao Ministério do Turismo e melhorar essa infraestrutura, justamente para atender exatamente essa demanda, que é crescente no Brasil. É recurso discricionário para o ministério. Não é recurso de emenda onde havia uma posterior indicação por parte do parlamentar”, disse Romero Rodrigues
“Então não havia necessidade nenhuma [de veto]. Agora, com calma, com serenidade, vamos discutir internamente com os líderes do Congresso Nacional em relação aos vetos”, afirmou.

Esporte
O deputado Luiz Lima (PL-RJ), presidente da Comissão do Esporte, também lamentou os vetos às emendas que, no caso do colegiado que preside, ultrapassam R$ 500 milhões, quase metade do total. Ele explicou que os cortes atingem a execução de projetos.
“Eu, mesmo sendo um deputado de oposição, enxergo um erro do próprio governo, que era uma forma do governo Lula fazer um carinho no Ministério do Esporte, tão sofrido com a falta de recursos. A área mais prejudicada com esses cortes é a execução de projetos. Com esse corte, a gente inviabiliza milhões de crianças e adolescentes, adultos e idosos a fazerem esportes no nosso país”, disse Lima.
Motivo dos vetos
O presidente Lula, ao vetar as emendas, justificou a necessidade de recompor o orçamento de programas importantes para o governo, que tiveram parte de seus valores originais redirecionados pelo Congresso para as emendas.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), explicou, na solenidade de abertura do ano legislativo, que os vetos decorreram da necessidade de reorganizar a Lei Orçamentária.
“Nós recebemos um Orçamento totalmente desorganizado. Tem dois vetos em especial que nós vamos debater na primeira sessão do Congresso que for marcada para este fim. O primeiro veto em relação ao calendário de pagamento de emendas. E o segundo veto relativo aos R$ 6 bilhões de emendas de comissão, que foi objeto do veto do presidente da República por uma razão virtuosa. Nós tivemos uma inflação menor no ano passado. Em decorrência da inflação menor, obviamente teremos receitas menores e, como teremos receitas menores, nós não podemos ter despesas maiores”, afirmou o senador.
Os vetos serão ainda analisados em uma sessão do Congresso Nacional, por deputados e senadores, com a possibilidade de que sejam derrubados, ou seja, de que os valores previstos no Orçamento sejam retomados. Ainda não há data marcada para essa sessão.
Reportagem – Antonio Vital
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO2 dias atrás
AACCMT lança campanha de arrecadação de brinquedos para o Dia das Crianças
-
MATO GROSSO24 horas atrás
TJMT de uma só vez blinda Grupo Safras, anula venda de ações para fundo e determina perícia para processar recuperação judicial
-
MATO GROSSO24 horas atrás
Audiência pública em Itanhangá discute qualidade dos serviços de energia elétrica no município