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Projeto que muda o voto de desempate no Carf divide opiniões em Plenário; acompanhe

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O projeto de lei que altera o voto de desempate do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) divide opiniões no Plenário da Câmara dos Deputados. O Carf é a última instância de recursos contra punições e multas da Receita e, em 2020, a lei determinou que o empate beneficiaria o contribuinte.

A proposta em votação na Câmara (PL 2384/23) reverte a medida para que o Fisco tenha poder de desempatar as disputas com o chamado voto de qualidade, dando ao governo a palavra final. A expectativa é que a medida aumente a arrecadação do governo em até R$ 60 bilhões.

Para o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), a proposta traz boa governança ao Carf e vai ter impacto positivo na economia brasileira. “Isso vai dar previsibilidade às decisões e vamos buscar mais investimentos nacionais e internacionais, para que o Brasil cresça, gere empregos e renda, e volte a ter o seu lugar na economia mundial”, disse.

Já o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) criticou o projeto por reverter uma decisão tomada por unanimidade pela Câmara na legislatura passada. Para ele, a medida não vai ter impactos na arrecadação do governo, já que as empresas levarão as disputas à Justiça.

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“Assim como na Justiça, se há dúvida, devemos beneficiar o contribuinte. O Carf não é um órgão arrecadador, é um órgão administrativo. E isso não será somado ao caixa do governo, porque quem tem um bom advogado irá à Justiça”, disse.

Para a deputada Bia Kicis (PL-DF), o Estado deve diminuir o seu poder em favor dos empresários. “Se há empate, tem que resolver em favor do contribuinte, pois é ele quem gera empregos e não pode ser tratado como uma pessoa de má-fé. O Estado tem muita força e a pior coisa para o pagador de impostos é ter o Estado no seu cangote”, disse.

Os favoráveis ao texto, no entanto, afirmam que a oposição confunde o debate, ao igualar o contribuinte comum às grandes empresas, que são os principais atores no Carf.

Operação Zelotes
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) lembrou que o volume de recursos tratados no Carf motivou uma operação da Polícia Federal, a Operação Zelotes, que levou empresários e conselheiros à cadeia. Ele destacou ainda que os atores no conselho são indicados por grandes confederações patronais.

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“O montante julgado no Carf nos últimos três anos superou R$ 1 trilhão. É preciso alterar as decisão em busca de um controle democrático, para que a sociedade cada vez mais consiga arrecadar daqueles que não querem pagar”, disse.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) afirmou que a oposição busca dificultar o debate em favor de grandes capitalistas. “Estão em defesa de grandes contribuintes contra o Fisco. Mas é o Fisco que arrecada recursos que financiam políticas públicas voltadas para os mais pobres”, disse.

O deputado Alencar Santana (PT-SP) também ressaltou que a arrecadação é convertida em políticas públicas. “Essa é uma matéria em que o interesse é do povo brasileiro”, disse. Ele destacou que o voto de qualidade poderá ser exercido em favor do contribuinte. “Em caso de empate, a Fazenda poderá votar em favor contribuinte ou do Estado”, ressaltou.

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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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