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POLITÍCA NACIONAL

Relatório da comissão externa do MEC será encaminhado à equipe de transição

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POLITÍCA NACIONAL

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência Pública e Deliberação. Dep. Tabata Amaral PSB - SP
Tabata Amaral foi a deputada responsável pelo documento final da comissão

A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha os trabalhos do Ministério da Educação (MEC) vai encaminhar à equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, a análise da gestão orçamentária e das políticas educacionais implementadas na gestão do presidente Jair Bolsonaro. O relatório produzido pela deputada Tabata Amaral (PSB-SP) foi aprovado pelo colegiado nesta terça-feira (22).

O texto aponta “inaptidão técnica, aversão ao diálogo e improviso” na gestão do MEC nos últimos quatro anos. “O que deixa a educação brasileira em estado de alerta e necessitando urgentemente de uma reconstrução”, sinaliza o documento.

Desmonte
O relatório sustenta que “o desmonte na educação” pode ser observado em programas como Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidades Para Todos (Prouni). O primeiro financia, com juros baixos, mensalidades pagas por alunos em universidades privadas; o segundo concede bolsas parciais e integrais a estudantes carentes.

Em 2021, apenas 8% dos matriculados na rede privada utilizavam o fundo para acessar a universidade, algo como 45 mil contratos. Em 2014, eram 730 mil, o equivalente a 53% dos alunos do sistema privado.

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Em relação ao Prouni, também em 2021, foi identificada uma redução de quase 30% na quantidade de bolsas em relação a 2020, totalizando pouco menos de 300 mil auxílios.

Orçamento
O documento revela ainda cortes em recursos do Orçamento para a educação, baixa execução e alta dependência de emendas parlamentares.

“Durante o mandato presidencial de Jair Bolsonaro, o orçamento da educação diminuiu anualmente de 2019 até 2022, tendo apresentado valores inferiores aos de 2015”, mostra o relatório. “Comparada a outras áreas, como a Defesa Nacional, a educação tem um peso menor no conjunto das despesas aprovadas pelo Congresso e pagas pelo Poder Executivo federal.”

Educação Básica
Na educação básica, a conclusão é que a gestão Bolsonaro se encerra “afetando significativamente todas as iniciativas indispensáveis” nos ensinos infantil, fundamental e médio, incluindo alimentação, transporte escolar, infraestrutura, livros e materiais didáticos.

O relatório assinala que as verbas da União destinadas a ações de desenvolvimento do ensino e para a concessão de bolsas, por exemplo, tiveram queda de 47% e 40%, respectivamente, em 2022 em comparação com 2019.

Destaca ainda cortes em ações relativas ao transporte escolar (13%) e à aquisição e distribuição de livros e materiais didáticos (16,7%).

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Merenda escolar
Na educação infantil, conforme o levantamento da comissão externa, houve redução de 21% nos valores da merenda escolar. “O fechamento de escolas durante a pandemia não justifica os cortes, em especial no que se refere à merenda escolar, já que muitos alunos dependem totalmente dessas refeições servidas nas escolas para se alimentarem”, diz o texto.

Universidades federais
As universidades federais, de acordo com o relatório, também foram afetadas negativamente com cortes na autorização de despesas para custeio e para assistência estudantil.

O parecer dá conta de uma queda de quase R$ 2 bilhões em relação aos valores autorizados para o funcionamento das universidades federais entre 2019 e 2022.

Pós-pandemia
O texto, por fim, aponta para inoperância do MEC em ações de recuperação da aprendizagem no período pós-pandemia.  “De modo geral, a lentidão, a falta de debate e o despreparo técnico da gestão Bolsonaro na educação têm comprometido consideravelmente a execução exitosa das políticas públicas educacionais”, traz o relatório.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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