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ITA deve impulsionar desenvolvimento tecnológico no Nordeste
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A instalação de uma unidade do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, no Ceará, deverá impulsionar o desenvolvimento tecnológico de todo o Nordeste e ajudar a dar mais equilíbrio no desenvolvimento do país, disse Suzeley Kalil, pesquisadora e professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas.
“A instalação do ITA traz a promessa de desenvolvimento realizada pela implantação do instituto na cidade de São José dos Campos (SP), que passou a ser atrativa para empresas de alta tecnologia. Porém, se olharmos para outros centros de ensino, verificamos que não o ITA em si, mas a presença de centros de pesquisa de alta complexidade é que traz o desenvolvimento. Assim, penso que a instalação de qualquer centro de pesquisa no Nordeste é de grande importância, não apenas para o desenvolvimento regional, mas também para promover maior equilíbrio no desenvolvimento do país”, acrescentou.
História
A primeira escola de formação de engenheiros aeronáuticos do Brasil surgiu em 1950 na cidade de São José dos Campos, no interior paulista. Considerado referência no ensino de engenharia do Brasil, o ITA é uma instituição universitária pública, mas ligado ao Comando da Aeronáutica.
Hoje, ele oferece seis cursos de graduação nessa unidade. E, agora, essa escola deve se expandir para o Nordeste, com o anúncio feito recentemente pelo governo federal. Essa nova unidade deverá ter cursos voltados a estudos sobre energia.
Para a professora, a criação de uma unidade do ITA no Ceará pode ter sido motivada pela grande aprovação de alunos do estado nas vagas oferecidas pelo instituto. Um levantamento feito pelo ITA mostrou que mais de 36% dos aprovados na instituição estudaram em Fortaleza.
“Creio que este fato impactou na decisão do governo de criar uma nova unidade, mas não deve ser o único motivo. É provável que tenha havido demanda por parte do próprio estado do Ceará nessa direção. Também deve ter pesado a expressiva votação de [do presidente da República] Lula na região. É bom lembrar ainda que os governos anteriores de Lula e Dilma [Rousseff, ex-presidente da República] alimentaram uma visão de desenvolvimento e de educação melhor distribuída no território”, disse ela.
Outra razão que poderia explicar a instalação de uma unidade do ITA no Ceará, disse Suzeley, é o fato de que o idealizador e verdadeiro construtor do ITA, Casimiro Montenegro, era natural do Ceará.
Um desses alunos cearenses aprovados no ITA foi Leonardo Bruno Pedroza Lima. Hoje, ele leciona Física e é supervisor pedagógico do Colégio Ari de Sá Cavalcante, em Fortaleza, que tem turmas voltadas para a preparação ao vestibular do ITA e do Instituto Militar de Engenharia (IME).
“Eu sou engenheiro de computação formado no ITA. Sou cearense e me preparei para o ITA na escola em que hoje trabalho, o colégio Ari de Sá. É uma enorme satisfação poder ajudar outras pessoas a realizar o sonho de ingressar no ITA”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Leonardo, as turmas voltadas para o vestibular do ITA e do IME no Colégio Ari de Sá Cavalcante tem alta procura e são frequentadas por cerca de 350 alunos a cada ano. Além desse colégio, há muitos outros cursos preparatórios voltados para o ITA na região Nordeste. E para o professor, esse mercado deve crescer nos próximos anos, caso a nova unidade do instituto seja, de fato, instalada no Ceará.
“Há cursos específicos para a preparação para o vestibular do ITA em Fortaleza, Teresina, Recife e Salvador. Em Fortaleza, há sete escolas que possuem turmas específicas voltadas para o vestibular do ITA. Na região Sudeste, o principal curso que prepara para o ITA fica em São José dos Campos (SP), a mesma cidade onde fica o ITA. Tudo indica que a instalação de uma unidade do ITA aqui no Ceará fará com que este mercado cresça ainda mais”, disse.
Para o professor e supervisor do cursinho preparatório para o ITA, a instalação de uma unidade no Ceará pode também contribuir para a permanência desses talentos na região.
“Uma parcela significativa das nossas mentes mais brilhantes é enviada para São Paulo e, após se formar, acaba sendo absorvida pelo mercado de trabalho da região Sudeste. Com um ITA aqui no Ceará, aqui na região Nordeste, seguramente teremos mais chances de reter esses talentos e criar as condições para que eles contribuam para o desenvolvimento da região, se envolvendo nos problemas que temos por aqui e olhando para os potenciais do Nordeste que podem ser desenvolvidos, como por exemplo, a indústria das energias renováveis”, opinou.
Em setembro, durante uma visita do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o reitor do ITA, Anderson Ribeiro Correia, também falou sobre o avanço que a nova unidade poderá trazer para a região. “Será uma oportunidade de reter mentes brilhantes, que, historicamente, vêm sendo aprovadas nos vestibulares para o ITA, e aproveitá-las na contribuição para esse desenvolvimento”, disse ele, na ocasião.
Modelo avançado
Suzeley Kalil afirmou que o modelo de educação proposto pelo ITA – com a formação de engenheiros militares e civis – é avançado, mas com poucos exemplos pelo mundo.
“O ITA traz em si uma visão de desenvolvimento muito particular, que visa a autonomia do país e que tem no estado seu grande pilar. Tal visão é o reverso da concepção liberal que é majoritária no Brasil. Os anos que separam a inauguração do ITA sudestino para o nordestino estão basicamente relacionados com uma visão vira lata de país – a função do Brasil no mundo é produzir commodities – e preconceituosa de seu povo – o brasileiro é preguiçoso e indolente”, avaliou.
Para ela, o ITA não se encaixa como uma escola militar, mas como um centro de pesquisa, que deveria ser um exemplo para o país.
“A educação militar deveria ter no ITA seu padrão, isto é, defendo que não deveriam existir escolas apenas para a formação de oficiais das Forças Armadas, mas escolas que formassem cidadãos e academias de tempo parcial para treinamento específico militar. Assim, penso que se tivéssemos mais escolas como o ITA não teríamos Forças Armadas apartadas da sociedade, como são as nossas Forças Armadas hoje”, disse ela. E finalizou: “As escolas militares são celeiro de autonomia militar, desenvolvendo militares que acreditam ter como missão tutelar a sociedade”.
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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