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Museu Nacional prevê volta de excursões escolares entre março e abril

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O Museu Nacional do Rio de Janeiro, vinculado à Universidade Federal do Rio, prevê para o triênio 2024/2027 a reabertura completa do Palácio Paço de São Cristóvão, destruído por um incêndio em 2 de setembro de 2018.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o diretor do museu e paleontólogo Alexander Kellner adiantou que as visitas escolares serão retomadas entre o fim de março e o início de abril, em um novo centro de visitantes. Revelou o desejo de fazer reaberturas graduais do palácio para que a população possa conferir o resultado do que já estiver pronto na restauração.

Kellner se disse esperançoso de que a atenção do governo federal permita que as obras ganhem mais recursos e velocidade – de R$ 433 milhões orçados para todas as ações, que vão além da restauração do palácio, ainda faltam ser captados R$ 168 milhões.

“Queremos fazer [excursões escolares] no final de março e início de abril, para que o Museu Nacional esteja de volta”, frisou Kellner. Ele contou que o novo centro de visitação – de 500 metros quadrados – receberá primeiro as escolas públicas do entorno do campus. “É um mini Museu Nacional. Vamos mostrar as doações que temos recebido. As peças vão ficar por algum tempo e vão ser substituídas para sempre mostrarmos o que de novo está sendo doado, como os minerais vindos da Rússia”, frisou.

Sobre a entrega completa do projeto, ele observou que o que vai determinar a velocidade das obras e a data da abertura total do palácio é a disponibilidade de recursos. 

Articulação

“Reabrimos tranquilamente em 2026, é só ter a ajuda do Ministério da Educação (MEC). Só que estamos planejando reaberturas parciais. Talvez em 2024 abra-se alguma coisa, talvez em 2025, mas vai depender de articulação e de dinheiro. Não tem como reconstruir o Museu Nacional sem verba pública, e o MEC, através do ministro Camilo Santana, se mostrou bastante sensível à causa do Museu Nacional, que é uma causa da sociedade brasileira”, disse. “O desejo da administração do Museu Nacional é cumprir o desejo da população brasileira, que quer visitar o bloco 1 antes mesmo de os outros terminarem”, salientou.

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A reforma do bloco 1 do palácio foi iniciada em novembro de 2021 e é a mais avançada, já com conclusão das fachadas e coberturas prevista para este ano. Enquanto isso, os blocos 2, 3 e 4 vão começar a ser restaurados ao longo de 2023, e, segundo Kellner, as obras serão mais rápidas. “Agora é repetir o que a gente já fez. É mais fácil”. 

No Bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, o Museu Nacional conseguiu entregar à população o Jardim Terraço e a fachada frontal do palácio, que retornou à cor ocre e atrai a atenção de quem visita a Quinta da Boa Vista. O diretor do museu se empolga ao comentar a entrega e conta que o público se emociona ao ver a entrada principal do palácio restaurada. 

“A fachada está de chorar. A gente até diz algo que talvez não seja tão absurdo assim: talvez nem a Família Imperial tenha visto a fachada tão bonita, porque foi toda restaurada. As pessoas se emocionam em ver. Isso demonstra que, apesar de tudo, nós estamos avançando”, opinou.

A esperança de apoio do governo federal se dá em contraponto aos atrasos causados por falta de empenho da gestão anterior, disse Kellner. O diretor do museu afirmou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante o governo Bolsonaro, foi relapso com prazos e aprovações de projetos, gerando atrasos. Da mesma forma, a Secretaria Especial de Cultura, contou ele, não atendia solicitações da direção do museu e também dificultou a aprovação de projetos via Lei Rouanet.

“A Secretaria de Cultura nos atrapalhou, a falta de ter o Ministério da Cultura nos atrapalhou. No último ano, o secretário Hélio Ferraz tentou recuperar o tempo perdido, mas, na gestão anterior, apesar de fazermos mais de dez solicitações, em nenhuma tivemos resposta. Não conseguimos nem ser recebidos para tomar um café frio. Tentamos por mais de dez vezes”, relatou. E emendou: “atingiram em cheio o Museu Nacional. A lentidão da Lei Rouanet prejudicou”.   

Kellner observou que o Iphan e o MEC já visitaram o Museu Nacional este ano, e em um encontro da direção do museu com o ministério, neste mês, vai apresentar com mais detalhes a situação atual e os planos para o melhor andamento da restauração. 

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Mais que um museu

Como instituição de pesquisa da UFRJ, o Museu Nacional também sofreu impactos do incêndio em suas atividades de formação e produção científica, que perderam o espaço físico de salas que funcionavam no palácio e uma parte importante de seu acervo.

“O Museu Nacional se reinventou e conseguiu os espaços necessários dividindo o pouco que tinha. A gente conseguiu manter as defesas de dissertações e teses de nossos seis programas de pós-graduação. Sim, alguns projetos foram prejudicados porque muito material foi perdido e teve que ser redirecionado. Impactou, mas não paralisou”, revelou. 

Kellner disse, ainda, que a pesquisa também sofreu um baque com a perda de laboratórios e equipamentos, mas doações como a do governo da Alemanha e investimentos como os da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) permitiram que os trabalhos continuassem caminhando. 

Dificuldades

Com o avanço das obras, a construção do Campus de Pesquisa e Ensino em um terreno vizinho à Quinta da Boa Vista e a reforma e ampliação da Biblioteca Central dão novo fôlego a essas atividades, que não chegaram a ser interrompidas e continuaram o trabalho em meio a dificuldades.  

“Nossos pesquisadores ainda estão lutando para ter um espaço minimamente digno para trabalhar. Então, com a reforma da biblioteca, já vamos ter um espaço que vai abrigar uma boa parte deles”, ponderou. “Com a abertura da biblioteca, também poderemos explorar a possibilidade de abrir o Horto Botânico, onde está localizada a biblioteca, para visitação. Mas, para isso, precisamos de recursos que a gente não tem ainda. A gente estima em torno de R$ 12 milhões”. 

A entrega da biblioteca estava prevista para este mês, mas atrasos relacionados à compra de equipamentos de ar condicionado devem adiar a reinauguração para o segundo semestre. Já no terreno vizinho à Quinta, estão em andamento a construção de três edificações modulares que receberão departamentos de pesquisa, e também deve começar neste ano a obra da primeira nova edificação definitiva do campus do Museu Nacional.

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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