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Agentes socioeducativos pedem para ser reconhecidos como agentes de segurança pública

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Agentes socioeducativos compareceram a audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (20) para pedir que sejam considerados agentes de segurança pública. A audiência discutiu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 365/17, do  ex-deputado Laudivio Carvalho, que cria os corpos de segurança socioeducativa para supervisionar e coordenar as atividades de segurança dos estabelecimentos de adolescentes infratores e prevê que sejam considerados órgãos de segurança pública.

O deputado Sanderson (PL-RS), que solicitou o debate, explicou que, caso a proposta seja aprovada, esses profissionais serão classificados como policiais penais, o que não acontece hoje. “Os socioeducativos não são tratados juridicamente na Constituição e muito menos na legislação como policiais penais. E na minha observação são policiais penais de fato”, disse. “Sabemos que há resistência. Muitos acham que um jovem de 17 anos não tem consciência daquilo que faz e não pode ser responsabilizado penalmente. Eu penso totalmente o contrário e inclusive sou favorável à diminuição da maioridade penal para 16 anos”, completou.

A PEC 365/17 foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça em 2019 e aguarda a criação de uma comissão especial. Presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Geral de Ações Socioducativas do Rio de Janeiro, João Luiz Rodrigues afirmou que o maior desafio da categoria hoje é conseguir que essa comissão especial seja instalada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele destacou que diversos agentes socioeducativos morrem em serviço, e ele acredita que a PEC pode ajudar a protegê-los. Na visão dele, a única coisa que diferencia o sistema socioeducativo do sistema penal é a legislação – o primeiro regido pelo Estatuto da Criança e o Adolescente (ECA), o segundo pelo Código Penal. Ele defende que os internos sejam tratados da mesma forma que os criminosos.

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“O sistema é tratado com eufemismo. O menor não é preso, ele é apreendido. Ele não está em cela, ele está no alojamento. Tudo que trata da legislação menorista, ela é feita de forma abrandada. Só que as vítimas que morrem, o cidadão que morre num assalto, ele não morre de forma análoga, ele morre de verdade”, disse.

Presidente do Sindicato dos Servidores da Fundação Casa São Paulo, Claudia Maria de Jesus também defendeu que os agentes socioeducativos sejam inseridos no Sistema Único de Segurança Pública, já que correm os mesmos riscos que a polícia.

Opiniões contrárias
A defensora pública do Espírito Santo Adriana Peres dos Santos defendeu medidas para a valorização e a proteção dos agentes, como remuneração adequada e garantia de segurança dentro e fora do trabalho. Mas ela não concorda que esses profissionais sejam tratados como agentes de segurança pública na Constituição, como prevê a proposta em discussão. “Respeitando todas as opiniões diversas, [a medida] desnaturaria talvez as funções tão essenciais que esses agentes desempenham”, opinou. 

“As demandas e necessidades que eles de fato têm devem ser ouvidas, mas acima de tudo eu gostaria de reforçar o caráter inovador, protetivo que o ordenamento jurídico brasileiro traz em relação à socioeducação. Esse caráter inovador e protetivo se coaduna com os ordenamentos internacionais sobre o tema”, acrescentou. “Acima de tudo, o agente socieducativo, como todos os outros servidores que integram o sistema o socioeducativo, desempenha funções tão importantes que vão além da segurança. O agente socioeducativo é acima de tudo também um componente importante dos aspectos sociopedagógicos das medidas”, disse ainda.

Agente socioeducativo, Jair Silveira Cordeiro também defende medidas de valorização e de proteção para a categoria, mas ele foi voz dissonante entre os profissionais e não acredita que a PEC seja a melhor forma de proporcionar isso. Nenhum deputado contrário à proposta compareceu à reunião.

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Riscos
Presidente do Sindicato Socioeducativo de Goiás, Roberto Condé disse que as normas protetivas para os agentes não são aplicadas na prática. Presidente do Sindicato Socioeducativo do Tocantins, Marcos Antonio da Silva Júnior, destacou, por sua vez, que o risco maior que os agentes socioeducativos correm é fora do trabalho, já que viram alvo dos adolescentes infratores. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Socioeducativo (Fenasse), Bruno Menelli, salientou que a realidade dos agentes socioeducativas tem que ser conhecida de perto.

O deputado Sargento Gonçalves considera que os adolescentes infratores muitas vezes são criminosos perigosos, mas não podem ser tratados assim por conta da legislação. Ele acredita que a defensoria muitas vezes atua de forma contrária aos agentes socioeducativos. A deputada Delegada Ione defendeu o porte de arma de fogo pelos agentes socioeducativos e afirmou que muitos adolescentes cometem infrações portando armas de fogo e não são menos perigosos do que os maiores de 18 anos. 

Presidente do Conselho Nacional de Entidades Representativa dos Profissionais do Sistema Socioeducativo (Conasse), Cristiano Torres disse que os agentes não apenas estão sendo mortos e ameaçados, como demitidos e punidos por tentarem “organizar o sistema socioeducativos”. Segundo ele, não há dados sobre nenhuma dessas questões, e se o corpo de agentes socioeducativos fosse considerado órgão de segurança pública, isso seria diferente. Além disso, haveria a possibilidade de os agentes terem porte de arma. Torres considera que essa medida não vai tirar direitos dos internos. 

Reportagem – Lara Haje
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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