POLITÍCA NACIONAL
Comissão externa terá diligências e seminário para expor a violência contra o povo ianomâmi
POLITÍCA NACIONAL

Visitas técnicas a Roraima, audiências e um amplo seminário em Brasília fazem parte do plano de trabalho da comissão externa da Câmara dos Deputados que pretende fazer o diagnóstico da violência contra as mulheres e crianças na terra indígena ianomâmi e acompanhar a implementação de soluções por parte do poder público.
A coordenadora da comissão, deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), anunciou nesta terça-feira (10) que a primeira ação do colegiado será integrar a diligência que as comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado farão em Roraima nos dias 11 e 12. Os parlamentares querem ouvir indígenas e autoridades sobre estupro e morte de uma menina ianomâmi de 12 anos de idade, na região de Waikás, em abril.
O caso, que teve repercussão nacional, ainda está sob investigação policial, mas Wapichana lembra que a terra indígena ianomâmi, a maior do País, convive com histórico de invasões e violência praticadas por garimpeiros ilegais.
“Mesmo que já houvesse o desvendamento dessa situação no pós-denúncia, uma coisa clara é que existem reiteradas denúncias. Então, é preciso que a gente se debruce para ouvir os índios ianomâmi no estado de Roraima, porque a situação não é simplesmente da possibilidade de ter havido o estupro da menina, no qual houve um clamor muito grande da sociedade. O fato é a violência na área”, disse.
Aumento do garimpo
A deputada citou o documento “Ianomâmi sob ataque”, no qual a Associação Hutukara denuncia que o garimpo ilegal aumentou 46% na terra indígena em 2021, em relação ao ano anterior. Também lembrou de pesquisa da Fiocruz, que detectou mercúrio em 92% das amostras de sangue dos indígenas da região. Segundo Wapichana, há “acúmulo de denúncias graves” e uma “escalada de violência”, sobretudo contra crianças e mulheres das aldeias.
A deputada adiantou que a comissão vai cobrar das autoridades um plano permanente de fiscalização e proteção dos ianomâmi. O tema também será debatido em um amplo seminário organizado em conjunto com outros colegiados da Casa.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), cobra o engajamento dos parlamentares na busca de soluções definitivas. “É absolutamente central que a Câmara se dedique a construir esse seminário. Não basta apenas termos notícias de garimpo ilegal, que é uma atividade econômica que alcança dezenas de milhares de exploradores em territórios indígenas e que traz consigo todas as repercussões: não apenas afetando culturas e o meio ambiente, mas, ao que parece, afetando a vida de pessoas”, disse.
Orlando Silva afirmou ainda que os nossos povos originais “merecem ter o reconhecimento e o respeito na dimensão da importância que têm para a formação social, histórica e cultural do Brasil”.
O plano de trabalho da comissão externa cita a necessidade de diálogo com autoridades, instituições, sociedade civil e o povo ianomâmi. Um dos primeiros requerimentos aprovados prevê audiência pública com representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio, Ministério Público Federal, Conselho Nacional de Direitos Humanos e Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Roberto Seabra


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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