Search
Close this search box.
CUIABÁ

POLITÍCA NACIONAL

Ministra defende autossuficiência na produção de insumos para saúde em audiência na Câmara

Publicados

POLITÍCA NACIONAL

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu nesta quarta-feira (9) a autossuficiência na produção de insumos para a saúde, e propôs um pacto para fortalecer o complexo econômico-industrial da área, termo que engloba as empresas que produzem e fornecem matérias-primas, medicamentos e equipamentos para a rede médico-hospitalar brasileira.

“A pandemia de Covid-19 mostrou a vulnerabilidade do nosso País frente a tecnologias [de saúde], algumas complexas, como as vacinas, e outras muito simples, como luvas e máscaras. Não havia suprimentos para atender a população”, disse Trindade.

Ela participou de audiência pública promovida pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, a pedido de diversos parlamentares. A afirmação foi feita em resposta aos deputados que questionaram a compra emergencial de insulina análoga de ação rápida e imunoglobulina humana, dois medicamentos considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). As compras decorreram do baixo estoque dos produtos no Brasil, segundo a ministra.

Myke Sena / Câmara dos Deputados
Caos da Saúde Pública Federal RJ e medicamentos sem registro da ANVISA - Esclarecimentos acerca do caos da Saúde Pública Federal do RJ e aquisição de medicamentos sem registro da Anvisa. Dep. Bia Kicis (PL - DF)
Bia Kicis se mostrou preocupada com os riscos à população

Preocupação
Os deputados manifestaram preocupação, principalmente, com a compra da insulina. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) questionou a qualidade do produto adquirido, que veio de uma empresa chinesa (Globalx Technology) que não tem registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Em que pese a escassez do produto, causou estranheza essa empresa ter um preço significativamente inferior ao de mercado”, disse Ventura.

A presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputada Bia Kicis, também se mostrou preocupada com os riscos à população. A ministra argumentou que a aquisição seguiu os trâmites exigidos. “A compra internacional foi autorizada pela Anvisa, por sua diretoria, por unanimidade”, disse Trindade.

Leia Também:  Proposta prevê a desoneração da folha de pagamento dos professores

Por sua vez, o deputado Alberto Mourão (MDB-SP) defendeu a autossuficiência em insumos para a saúde. “O Brasil vive um problema seríssimo: não cuida da sua cadeia de produção”, afirmou.

Dengue
Nísia Trindade informou, após questionamento do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que o laboratório japonês Takeda entrou com pedido de incorporação ao SUS da vacina para prevenção da dengue. A solicitação será analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), do ministério.

“Se houver a decisão de que deve ser incorporada, isso ocorrerá com base em critérios técnicos e com base no interesse do SUS”, disse Trindade.

Conferência
Um dos pontos que levantaram polêmica na audiência foi a homologação, pelo ministério, da Resolução 715/23, aprovada pela 17ª Conferência Nacional de Saúde, em julho.

O documento possui orientações estratégicas que servem de subsídio para o ministério. Três delas — relacionadas à maconha, à população LGBTQIA+ e ao aborto — foram alvo de críticas de parlamentares, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Priscila Costa (PL-CE) e Junio Amaral (PL-MG).

“Do meu ponto de vista, é uma afronta ao Legislativo, que tem a prerrogativa de legislar. E hoje o que está posto [na legislação] é a criminalização da droga, o que está posto é a proibição do aborto, salvo nos casos previstos em lei”, disse Amaral.

A ministra afirmou que a homologação é uma medida de praxe, exigida pela legislação, e que não representa apoio a todas as orientações da resolução. Em relação ao aborto, Trindade disse que a lei será cumprida. “A nossa posição é clara: seremos estritos ao cumprimento da lei e ela determina os casos em que se considera legal a efetivação do aborto”, completou.

Leia Também:  Comissão amplia atendimento domiciliar a paciente do SUS com mobilidade reduzida

Após questionamento do deputado Padre João (PT-MG), ela afirmou que a incorporação do canabidiol ao SUS vai depender de análise da Conitec. “São os estudos científicos que devem falar mais forte”, afirmou a ministra.

Hospitais federais
Nísia Trindade também elencou as medidas que foram tomadas para recuperar os seis hospitais federais do Rio de Janeiro, que enfrentam diversos problemas, como salas cirúrgicas fechadas e falta de equipamentos. Entre as ações, segundo ela, estão a reabertura de 305 leitos e a contratação de novos profissionais.

Trindade afirmou que o governo encontrou as unidades sucateadas. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) reconheceu a situação, mas disse que o governo não quer assumir a sua responsabilidade. “O governo quer responsabilizar o governo anterior por esse cenário”, disse. Ele também falou que o Hospital de Bonsucesso foi prejudicado por nomeações políticas ligadas ao PT.

Durante a audiência pública, a ministra recebeu apoio de parlamentares da base governista, como os deputados Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Jorge Solla (PT-BA). “O ministério, em poucos meses, conseguiu reconquistar a autoridade técnico-política da direção nacional do SUS. Isso é fundamental, porque, infelizmente, no governo anterior foi uma desmoralização”, afirmou Solla.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

MATO GROSSO

Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

Publicados

em

O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

Leia Também:  STF vai compartilhar processos com a CPMI do 8 de janeiro, diz presidente da comissão

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

Leia Também:  Pacheco afirma que Senado vai votar PEC que viabiliza piso da enfermagem ainda neste ano

A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA