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Participantes de debate pedem recriação do Ministério da Cultura

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POLITÍCA NACIONAL

A recriação do Ministério da Cultura, com um orçamento significativo e um ministro comprometido com o setor, e a retomada de políticas culturais foram algumas das recomendações feitas em uma audiência pública que discutiu, nesta quarta-feira (22), a relação entre cultura e democracia.

Participantes da discussão ainda criticaram a extinção da pasta, em 2019, e também o que chamaram de “destruição atual de políticas e instituições”.

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Cultura e Democracia. Dep. Erika Kokay PT-DF; Dep. Professora Rosa Neide PT-MT
Deputadas Erika Kokay (E) e Professora Rosa Neide

O debate foi promovido pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, a pedido da presidente do colegiado, deputada Professora Rosa Neide (PT-MT). “Queremos um novo Ministério da Cultura, um ministério no qual caiba a história do povo brasileiro, que possa dialogar com todas as políticas públicas, garantindo a diversidade de nossa gente”, sintetizou a parlamentar.

Direito
Conforme ressaltou o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira (2008-2010 e 2015- 2016), a cultura deve ser tratada como direito em um País onde trabalhadores pobres, quase todos negros, não têm acesso a produções culturais.

O jornalista e professor Eugênio Bucci também lembrou que a cultura é um direito garantido pelo Constituição e está ligada a identidade e a patrimônio. Para ele, é fundamental conectar cultura e informação.

“Estamos presenciando o estrago que é a indústria da desinformação. É uma indústria que envolve uma teia complexa de divisão do trabalho, com muita tecnologia, para desinformar e desacreditar as fontes do saber, que são a universidade, a imprensa, o Poder Judiciário, o Parlamento, a própria política. Tudo isso está sendo destruído por um projeto que é um atalho de destruição da democracia”, declarou Bucci.

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Diversidade
A presidente do Movimento Negro Unificado (MNU), Ieda Leal, defendeu a transformação da cultura em um “processo revolucionário de libertação”, sem esquecer a diversidade que perpassa o tema.

“Cultura e democracia, para mim, significa combinar tudo isso que vocês trouxeram mais uma pitada de mulheres negras, de mulheres não negras feministas, de quilombolas, de indígenas, da população LGBTQIA+, do pai, da mãe, do samba, do diálogo que a gente estabelece todos os dias na feira, nas ruas, na cidade”, listou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), por sua vez, disse que a cultura e as políticas culturais reafirmam uma democracia que precisa considerar a diversidade e todos os espaços de expressão.

Vetos
A recomendação de Juca Ferreira é para que o Congresso Nacional derrube os vetos às leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, a fim de garantir auxílio a um setor que passa por dificuldades.

“São leis importantes, porque a área cultural vem vivendo dificuldade gigantesca. A lei vai dar um alívio. Tem gente passando fome na área cultural, tem empresas fechando, grupos sem condições de manter suas atividades”, destacou o ex-ministro.

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Educação
Na visão do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, a cultura deve caminhar juntamente com a educação. Ele exemplificou com o tema da escravidão, onde aulas escolares podem ser complementadas por filmes produzidos para o cinema.

“Há uma complementação entre a perspectiva da cultura e a da educação. A da educação dará uma visão mais racional, mais histórica. A da cultura permite apreender o vivido, a maneira como as pessoas apreendem um fenômeno”, afirmou Janine.

A sugestão de Janine, entre outras, é para que se projetem filmes nas escolas, como forma de estimular essa complementariedade.

A deputada Professora Rosa Neide disse que todas as orientações recebidas serão transformadas em “um relatório indicativo daquilo que o Brasil precisa”. Ela também pretende juntar as intervenções em uma publicação a ser organizada após as eleições de outubro.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Ana Chalub

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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