Search
Close this search box.
CUIABÁ

MATO GROSSO

Setor produtivo comemora aprovação do marco temporal em comissão do Senado

Publicados

MATO GROSSO

Fórum Agro MT e entidades que representam setor produtivo destacam segurança jurídica que o PL 490 traz ao setor

A aprovação do projeto de lei que estabelece o marco temporal para a demarcação de terras indígenas ocorrida na última quarta-feira (23) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), foi comemorada pelo setor produtivo mato-grossense. A celebração do setor está ligada a segurança jurídica que o PL traz aos produtores no estado, visto que segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Fundação Nacional do Índio (Funai) estuda a pretensão da demarcação de 5,3 milhões de hectares em Mato Grosso, por conta de 25 áreas que estão em estudo pelo órgão.

O presidente do Fórum Agro MT, Itamar Canossa, afirma que o Projeto de Lei trará maior segurança jurídica não somente para o campo. “O marco temporal traz mais segurança jurídica para o campo e para as cidades e grandes centros, bem como garante os direitos indígenas já que as terras ocupadas por estes povos na data da promulgação da Constituição de 88, continuam passíveis de demarcação”, pontua.

De acordo com a Funai, o Brasil conta com 764 áreas em diferentes estágios do processo demarcatório: 448 já foram homologadas ou regularizadas (chegaram às duas últimas etapas do processo). Juntas, elas representam aproximadamente 14% do território brasileiro.

“Nós do setor produtivo rural queremos apenas garantir o direito de propriedade privada, previsto na Constituição. Nós respeitamos os direitos dos povos indígenas, mas não podemos fazer isso passando por cima do direito dos demais brasileiros. Reforçamos a importância do marco temporal para demarcação de terras indígenas no país. Mas não aceitamos a ampliação de reservas já demarcadas e homologadas, como também a não indenização de qualquer área reivindicada do território nacional”, defendeu o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain.

Leia Também:  Quatro torcedores são presos durante jogo entre Atlético-MG e Flamengo

A Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), entende que o novo texto do marco temporal aprovado pela CRA do Senado Federal atende todas as partes envolvidas e põe fim a um conflito antigo. “É a forma de todos terem um critério objetivo que ajuda a determinar onde estão as áreas indígenas, trazendo segurança jurídica às pessoas que já estão há décadas instaladas, com justo título de suas propriedades e de boa fé. Além disso, traz aos indígenas o reconhecimento das áreas que efetivamente ocupam, proporcionando paz e tranquilidade para ambas as partes.

Mesmo entendimento da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso, (Aprosmat). “A aprovação é mais um passo para dar mais segurança jurídica ao setor e de garantir o direito de propriedade para aqueles que estão há décadas em suas terras produzindo”, pontua o presidente da instituição, Nelson Croda Machado.

Para o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho, a definição do marco temporal é a melhor saída para que consigamos resolver as questões legais e constitucionais envolvendo o reconhecimento de terras indígenas do Brasil. “Desse modo conseguiremos ter mais segurança jurídica, possibilitando que o produtor foque toda sua atenção em fazer o que sabe, produzir alimento e contribuir cada vez mais com o desenvolvimento do país”, frisou.

Leia Também:  MT é o 2º do país que mais gerou oportunidades de emprego em 2023

O superintendente da OCB/MT, Frederico Azevedo pontua que o PL traduz o pensamento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal em uma decisão judicial colegiada. “Ele reforça a segurança jurídica brasileira, que não trata apenas dos produtores rurais e do agronegócio, como também para as cidades e regiões urbanas, por criar critérios para que as demarcações sejam para territórios que comprovadamente existam ocupação indígena até 1988”. Ao lembrar que o marco temporal é uma delimitação que parte de um projeto de lei que tem origem em decisão e limites estabelecidos pelo STF no julgamento da reserva Raposa-Serra do Sol.

A proposta, que ficou mais conhecida como PL 490/2007, que tramitou por mais de 15 anos, recebeu voto favorável da relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e passou pela CRA por 13 votos a favor e 3 contrários, e agora segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Em seguida, caberá ao Plenário votar a decisão final. Em seu parecer, a senadora pontuou que o Estado brasileiro precisa delimitar o entendimento acerca de “terras tradicionalmente ocupadas pelos indígenas”. “Não se mostra razoável, proporcional e legítimo adotar para o conceito ‘tradicionalmente’ uma ocupação que regresse a um marco temporal imemorial, ou seja, ocupação a tempo atávico, a períodos remotos, que, no limite, poderia gerar disputa sobre todo o território nacional”.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

MATO GROSSO

Setor agropecuário apoia veto ao PLC 18/24

Publicados

em

Aprovado recentemente na Assembleia Legislativa, o PLC 18/24 vem causando um grande debate na sociedade em virtude de uma potencial autorização de abertura de áreas que ele poderia vir a promover, caso sancionado. Como a proposta legislativa atua diretamente nos trabalhos do setor agropecuário, de pronto criou-se a equivocada ideia de que a proposta tenha sido oriunda dos produtores rurais.

Há, por isso mesmo, a necessidade de se lançar algumas luzes sobre o tema. Inicialmente, é preciso dizer que, de fato, há muito tempo o setor agropecuário vem solicitando normas mais claras e justas no que diz respeito ao tipo de vegetação. Os critérios atuais deixam mais margens para dúvidas que para certezas, e isso gera insegurança jurídica para o produtor e para o corpo técnico da Secretaria de Meio Ambiente. Assim, é imperioso que se tenham normas mais claras.

Desta forma, quando a Assembleia Legislativa resolveu fazer os estudos para que se criasse um substitutivo integral ao projeto original, de autoria do Governo, e enfrentar esse problema, para o setor foi, sim, uma medida de interesse. É de suma importância que o assunto seja discutido, de fato, e a Casa de Leis é o local primordial para o debate acontecer.

Leia Também:  Secretaria suspende visitas e limita acompanhantes em hospitais

O setor agropecuário reconhece todo o trabalho realizado pelo Deputado Nininho e de seu esforço no sentido de buscar regras mais claras, mas também reconhece que a redação final do projeto o tornou inexequível em termos ambientais, motivo pelo qual concordou plenamente com a sugestão de veto tratada em reunião com o governador do Estado. Aliás, não apenas o setor agropecuário concordou com a necessidade do veto, mas até mesmo o Deputado Nininho, autor do texto aprovado, juntamente com outros representantes da Assembleia Legislativa anuíram com ele.

É de suma importância ressaltar que o setor agropecuário tem muito interesse em participar da construção de normas que promovam o desenvolvimento sustentável de nosso Estado. Mas, repetimos, é fundamental que existam normas claras e que promovam segurança jurídica para os produtores e técnicos.

Por concordar com isso é que o governador Mauro Mendes determinou que seja criada uma comissão a ser coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, para que se estude uma redação que guarde respeito ao Código Florestal Nacional, inclusive com a decisão mais recente do STF sobre alguns dispositivos que estavam suspensos desde a publicação da lei, e que agora foram declarados constitucionais.

Leia Também:  Recuperandos de Colniza realizam pavimentação das ruas da cidade

Ressaltamos a importância da ALMT em colocar esse tema em debate. A provocação foi feita. O Governo acertou em vetar e o setor agropecuário o apoia nesse veto. Agora é hora de a sociedade buscar entender, de fato, a questão e fazer o debate. E que seja um debate técnico, justo e que prime pela sustentabilidade aliada à produção.

Artigo de posicionamento sobre o veto do PLC 18/24 do Fórum Agro MT, Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Organização das Cooperativas do Brasil – Mato Grosso (OCB/MT), Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir).

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA