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“ETA não vai resolver problema de falta de água em Várzea Grande”, afirma Flávia Moretti
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Em entrevista ao Jornal da Cultura, da Rádio Cultura FM, na manhã desta segunda-feira (15), a pré-candidata à prefeitura de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), afirmou que o mais preocupante é o velho problema de falta de água e as reclamações de moradores por conta do desabastecimento nos bairros é frequente.
Durante o bate papo, a pré-candidata que recentemente recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a sua candidatura, destacou também os problemas da saúde pública na cidade, onde muitas vezes o paciente precisa vir a Cuiabá para receber tratamento.
“O problema maior é a distribuição. Se você capta água, mas não consegue entregar a quem precisa porque a rede de distribuição não é adequada, é claramente falta de planejamento. Muitos bairros de Várzea Grande ainda utilizam poços para captar e armazenar água, esses bairros não estão interligados a Estação de Tratamento de Água (ETA), e durante o período de seca esses poços vão secar e a população vai ficar sem água de novo”, explicou Flávia.
Segundo a pré-candidata, por falta de planejamento e investimento adequado, são frequentes os relatos de canos de distribuição danificados na cidade.
“Eu recebo três, quatro denúncias de cano estourado todos os dias pela cidade. A rede de distribuição é inadequada, e isso é falta de planejamento, quem administrou a cidade nos últimos anos teve a chance de resolver e não fez, venderam a ilusão de que a ETA resolveria o problema, mas sem a rede de distribuição a água não vai chegar aonde deveria, vai ser jogada na rua, com os canos estourados como tem acontecido”, disparou.
Saúde precária
Flávia também abordou a questão da saúde pública no município, onde pessoas com doenças que precisam de tratamento contínuo para algumas enfermidades precisam se deslocar até Cuiabá para receberem atendimento.
“Uma cidade com mais de 300 mil habitantes não ter um sistema de saúde que consiga atender sua população com dignidade é uma falta de respeito. Várzea Grande não tem estrutura para realizar o tratamento de uma pessoa com câncer, por exemplo. A pessoa que estiver com essa doença vai ter que se tratar em Cuiabá, pois em Várzea Grande esse tratamento não existe.”, explicou.
Segundo Flávia recurso tem. “Falta planejamento e vontade de resolver esses problemas”, completou.
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.