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A escola de hoje e os alunos de agora

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Por Márcia Amorim Pedr’Angelo

Vivemos tempos de rápidas transformações. A velocidade com que o mundo muda — nas tecnologias, nas relações e nos modos de pensar — impacta diretamente as novas gerações. Os alunos de hoje nasceram conectados, imersos em estímulos visuais, sons e interações constantes. São digitais por natureza, sim. Mas reduzi-los a isso seria um erro grave. Eles são também sensíveis, criativos, afetivos e profundamente inquietos. Querem entender o porquê das coisas, buscam sentido nas experiências e anseiam por pertencimento.

Diante desse novo cenário, a escola precisa se reinventar. E não falo aqui apenas de metodologias ativas, plataformas de ensino ou recursos tecnológicos. Esses são importantes, claro. Mas o que está em jogo é algo mais essencial: a forma como olhamos e nos relacionamos com os estudantes.

Nas escolas que administro, por exemplo, temos aprendido todos os dias que educar é, antes de tudo, estabelecer vínculos reais. Um adolescente que chega à sala de aula carregando uma dor invisível não precisa apenas de conteúdo — ele precisa de acolhimento. Uma criança que tem dificuldade de se concentrar muitas vezes precisa de algumas regras, mas também de escuta, de atenção genuína.

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Já acompanhamos alunos que, ao se sentirem verdadeiramente vistos por um professor, transformaram completamente sua trajetória escolar. Porque o que cura, educa e transforma é o olhar que reconhece.

Mais do que preparar para provas, precisamos preparar para os desafios reais do dia a dia. Ensinar a lidar com frustrações, cultivar a perseverança, desenvolver empatia. Isso exige tempo, presença e, sobretudo, humanidade. É nessa direção que apontam iniciativas como as rodas de conversa, os projetos interdisciplinares com foco em questões sociais, as atividades que envolvem autoconhecimento e a construção coletiva de regras e valores. Todas essas práticas são maneiras de formar cidadãos conscientes e afetivamente íntegros.

Ao mesmo tempo, não se trata de abandonar o conhecimento acadêmico ou o rigor pedagógico. Pelo contrário: o conteúdo ganha outra potência quando está a serviço da formação integral. Um estudo sobre a literatura brasileira pode ser uma janela para refletir sobre as virtudes humanas — como a lealdade em Dom Casmurro ou o senso de dever em Os Sertões — ajudando o aluno a se reconhecer como parte de uma cultura com raízes, história e missão.

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Uma aula de matemática pode revelar a beleza da proporção e da ordem presentes no cosmos, convidando o estudante a desenvolver disciplina, atenção e senso de justiça. Um trabalho de história pode abordar a diferença entre opinião e verdade, introduzindo o jovem no caminho da prudência, da busca pela sabedoria e do autodomínio.

Por isso, digo com convicção: a escola do presente não pode mais ser uma instituição do passado. Ela precisa ser viva, adaptável e centrada no humano. Não temos mais espaço para modelos engessados, autoritários ou desconectados da realidade.

Formar cidadãos globais começa com o simples — mas revolucionário — gesto de ver cada aluno como único. Começa com vínculos reais, afetos intencionais e a coragem de inovar sem perder a essência. É esse o caminho que trilhamos. Com erros e acertos, com escuta e coragem.

Essa é a educação em que acreditamos. Essa é a escola que construímos todos os dias.

MÁRCIA AMORIM PEDR’ANGELO é pedagoga, fundadora das escolas Toque de Mãe e Unicus, e coordenadora da Unesco para a Educação em MT e MS.

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Dia do Hospital: Importância dessas instituições para a saúde da sociedade

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No Dia do Hospital, celebrado em 02 julho, é fundamental destacar a importância dessas instituições para a saúde e o bem-estar da população brasileira. Os hospitais são pilares fundamentais do sistema de saúde, oferecendo atendimento médico de qualidade e cuidado aos pacientes em todo o país. Sua importância para a sociedade fica evidente sempre em momentos críticos, como na pandemia da Covid-19 ou nos surtos sazonais de doenças ao longo do ano, como a gripe, dengue e tantas outras.

Os hospitais desempenham um papel crucial na prestação de serviços de saúde, desde atendimentos de emergência até tratamentos contínuos e cirurgias de todos os níveis de complexidade. Além disso, são responsáveis por promover a saúde e prevenir doenças, oferecendo serviços de prevenção e educação para a saúde da população.

Aqui, os hospitais privados também desempenham um papel importante no atendimento às demandas, eles oferecem uma opção adicional para os pacientes que buscam atendimento médico de qualidade reduzindo a sobrecarga no serviço público. Além disso, os hospitais privados investem em tecnologia e infraestrutura de ponta, o que sem dúvida melhora a qualidade do atendimento e os resultados para os pacientes.

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No entanto, os hospitais brasileiros enfrentam desafios significativos para prestar um serviço de qualidade à população. A remuneração inadequada faz com que muitas vezes os hospitais enfrentem dificuldades para manter suas operações e inviabilizam maiores investimentos.

Na rede particular a insegurança jurídica tem trazido prejuízos ao setor. A saúde suplementar tem enfrentado grandes desafios que impactam diretamente na relação entre hospitais privados e planos de saúde. A falta de clareza e previsibilidade nas normas, regulamentos, contratos não cumpridos e a crescente judicialização na saúde geram incertezas para profissionais, instituições e pacientes. Essa situação impacta diretamente na gestão e saúde financeira dessas instituições.

Para superar esses desafios, é fundamental que os hospitais brasileiros sejam apoiados por políticas eficazes e bem representados em todas as instâncias, sejam por grupos políticos, instituições como associações e um sistema sindical forte e atuante, como o Sindessmat, que representa os hospitais de todo o estado de Mato Grosso e está sempre pronto a defender os interesses dessas instituições e apoiá-los da melhor forma, seja através de assessorias técnicas, representação institucional e projetos contínuos de educação, levando conhecimento aos profissionais para que os hospitais avancem a cada dia, provendo mais acesso à saúde de toda a população.

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Por isso, neste Dia do Hospital, nossa homenagem é também o reforço de um compromisso em fortalecer essas instituições que garantem a saúde à população por meio de profissionais qualificados, dedicados e comprometidos, estruturas, tecnologias, espaço físico, tudo pensado no bem-estar de quem mais importa, o paciente.

José Altino de Souza é médico e presidente do Sindicato das Empresas de Saúde de Mato Grosso

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