MATO GROSSO
Abílio diz que “ridicularização” é sua tática para desestabilizar oposição na Câmara
MATO GROSSO
Comparado a um aluno da 5ª série, aquele que não mede as brincadeiras, que faz piadas impróprias, o verdadeiro sem noção, o deputado federal Abílio Brunini (PL/MT), afirmou em entrevista a imprensa nessa quarta (02.08), que seu comportamento é uma tática para desestabilizar a oposição na Câmara Federal.
Com uma abordagem muitas vezes polêmica, Brunini busca confrontar as narrativas da esquerda com intervenções enérgicas durante as sessões legislativas, nas quais utiliza gestos, sarcasmo e humor para reagir às falas dos membros da oposição.
Segundo ele, as brincadeiras fora de hora e os gestos excessivos, são o único jeito para atrapalhar seus colegas de esquerda sem infringir o Regimento Interno do Congresso Federal. “A única forma que a gente tem dentro do Regimento Interno, dentro da legalidade, de combater os argumentos deles, enquanto eles estão falando, é ridicularizando. É com humor, é com sarcasmo, é com um gesto simbólico de um sinal de mão e distraindo eles para que eles também percam a atenção e parem de ofender o pessoal da direita”, disse.
Durante a entrevista, o deputado foi questionado sobre o tumulto nas sessões e se suas ações teriam contribuído para isso. Brunini afirmou que, nos últimos quatro anos, a esquerda desempenhou um papel semelhante, tumultuando, perturbando e ofendendo. Ele mencionou a sessão da CPMI como exemplo, na qual, segundo ele, membros da esquerda estavam ridicularizando manifestantes, inclusive aqueles que demonstravam sua fé. Ele ressaltou sua ação de ridicularização como uma forma de proteger e respeitar as pessoas que estavam sendo alvo de zombaria.
Indagado se seus gestos não poderiam levá-lo à Comissão de Ética, ele argumentou que suas gesticulações não têm conotação ofensiva, mas sim uma distração para tirar o foco dos discursos da esquerda.
“A Comissão de Ética não vai levar ninguém, porque está fazendo um sinal de indicação, ou um sinal positivo, ou um sinal negativo. Não tem nenhum sinal de mão ofensiva. O que há é uma distração. A pessoa perde o foco e não consegue se comportar na minha presença, principalmente por estar com esse sorriso amarelado e mais bonito. Então as pessoas acabam se distraindo e perdem o foco”.
Em relação às críticas de que suas atitudes perturbam até mesmo seus colegas de partido, o deputado afirmou que conta com um grande apoio interno e que alguns até querem se juntar a ele para auxiliar nas abordagens.
Questionado sobre suas intenções de tumultuar sessões, especialmente relacionadas à CPI de 8 de Janeiro, Brunini confirmou que a estratégia é direcionar a atenção para os discursos ofensivos da esquerda e tentar neutralizá-los com humor e confrontação. Ele destacou que a esquerda frequentemente zomba da direita e dos apoiadores do presidente Bolsonaro nas redes sociais, mas não estava preparada para uma resposta direta.
“Quando eles estão ali no discurso deles, partindo para a ofensa do pessoal da direita, para tentar jogar a culpa no Bolsonaro, é claro que nós temos que ridicularizá-los. Eles riem da gente, eles pegam, postam na rede social apelidos ofensivos ao Nicolás Ferreira, a mim, ao André Fernandes, eles xingam o Bolsonaro nas redes sociais, a única coisa que eles não esperavam é alguém ridicularizá-los frente a frente. E fica a versão que está sendo colocado por eles”, pontuou.
No entanto, vale destacar que membros do Congresso criticam as táticas de Abílio, alegando que elas prejudicam a atmosfera de respeito e colaboração necessária para o bom funcionamento do legislativo, e ele já coleciona algumas denúncias devido as suas “táticas”.
VGN
MATO GROSSO
Setor agropecuário apoia veto ao PLC 18/24
Aprovado recentemente na Assembleia Legislativa, o PLC 18/24 vem causando um grande debate na sociedade em virtude de uma potencial autorização de abertura de áreas que ele poderia vir a promover, caso sancionado. Como a proposta legislativa atua diretamente nos trabalhos do setor agropecuário, de pronto criou-se a equivocada ideia de que a proposta tenha sido oriunda dos produtores rurais.
Há, por isso mesmo, a necessidade de se lançar algumas luzes sobre o tema. Inicialmente, é preciso dizer que, de fato, há muito tempo o setor agropecuário vem solicitando normas mais claras e justas no que diz respeito ao tipo de vegetação. Os critérios atuais deixam mais margens para dúvidas que para certezas, e isso gera insegurança jurídica para o produtor e para o corpo técnico da Secretaria de Meio Ambiente. Assim, é imperioso que se tenham normas mais claras.
Desta forma, quando a Assembleia Legislativa resolveu fazer os estudos para que se criasse um substitutivo integral ao projeto original, de autoria do Governo, e enfrentar esse problema, para o setor foi, sim, uma medida de interesse. É de suma importância que o assunto seja discutido, de fato, e a Casa de Leis é o local primordial para o debate acontecer.
O setor agropecuário reconhece todo o trabalho realizado pelo Deputado Nininho e de seu esforço no sentido de buscar regras mais claras, mas também reconhece que a redação final do projeto o tornou inexequível em termos ambientais, motivo pelo qual concordou plenamente com a sugestão de veto tratada em reunião com o governador do Estado. Aliás, não apenas o setor agropecuário concordou com a necessidade do veto, mas até mesmo o Deputado Nininho, autor do texto aprovado, juntamente com outros representantes da Assembleia Legislativa anuíram com ele.
É de suma importância ressaltar que o setor agropecuário tem muito interesse em participar da construção de normas que promovam o desenvolvimento sustentável de nosso Estado. Mas, repetimos, é fundamental que existam normas claras e que promovam segurança jurídica para os produtores e técnicos.
Por concordar com isso é que o governador Mauro Mendes determinou que seja criada uma comissão a ser coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, para que se estude uma redação que guarde respeito ao Código Florestal Nacional, inclusive com a decisão mais recente do STF sobre alguns dispositivos que estavam suspensos desde a publicação da lei, e que agora foram declarados constitucionais.
Ressaltamos a importância da ALMT em colocar esse tema em debate. A provocação foi feita. O Governo acertou em vetar e o setor agropecuário o apoia nesse veto. Agora é hora de a sociedade buscar entender, de fato, a questão e fazer o debate. E que seja um debate técnico, justo e que prime pela sustentabilidade aliada à produção.
Artigo de posicionamento sobre o veto do PLC 18/24 do Fórum Agro MT, Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Organização das Cooperativas do Brasil – Mato Grosso (OCB/MT), Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir).