11 de Maio de 2025
Search
Close this search box.
CUIABÁ

BRASIL

Museu de Arte do Rio recebe mostra de fotógrafo francês

Publicados

BRASIL

Foi aberta ontem (3) no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, a exposição Margens, do fotógrafo francês Ludovic Carème. São 68 fotografias em preto e branco que retratam a realidade de comunidades pobres do Brasil, com populações ribeirinhas da Amazônia e favelas do Rio de Janeiro e São Paulo.

O fotógrafo morou no Brasil por mais de 10 anos, nos anos 2000, e já fotografou refugiados de guerra da Bósnia, imigrantes do Mali na França e haitianos na República Dominicana, na década de 1990, sempre com seu estilo sensível e contemporâneo.

Retratista de estrelas internacionais como John Malkovich, David Lynch, Woody Allen, e no Brasil, Milton Nascimento, Ruth de Souza e Oscar Niemeyer, Ludovic explica que, ao chegar no Brasil, mergulhou na fotografia documental.

“Quando cheguei na cidade de São Paulo, com sua efervescência urbana característica, senti a expressão de uma diversidade do mundo tal como ele é, sem hipocrisia. Não são aqueles que escrevem ou fazem história que me preocupam, mas aqueles que estão sujeitos a ela. Quando faço um retrato, não olho para o meu modelo como um estranho ou o outro, mas como o meu contemporâneo”, explicou.

Leia Também:  Conheça professores que educam por diversidade e justiça social

A mostra é dividida em três séries. Em Favela Água Branca, a ocupação urbana na margem do Rio Tietê, em São Paulo, o fotógrafo evidencia o cotidiano de uma comunidade condenada a desaparecer diante da especulação imobiliária, além da transformação de espaços abandonados na maior megalópole da América do Sul em refúgios para pessoas em situação de rua.

A série seguinte, Na beira do Rio Jurupari e Rio Envira, no Acre, Carème traz uma floresta poderosa e destruída com seus moradores. Para o fotógrafo, ambos ambientes se conectam por sua origem em comum: “Tal como os habitantes de São Paulo que eu fotografei, os do Acre são descendentes de escravos do Nordeste e estes vestígios, infelizmente, ainda estão presentes”.

Na última série, Retratos e Mar, Carème fotografou jovens moradores das Favelas da Maré e do Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro, com base na pergunta “o que você gostaria para o seu futuro? ”. Os retratos são contrapostos ao mar carioca, fazendo um paralelo entre a esperança dos jovens e a vastidão do oceano.

Leia Também:  Projeto expõe presença africana no Brasil a partir do futebol

A diretora executiva do MAR, Sandra Sérgio, explica que o trabalho testemunha a injustiça e a fragilidade humana através das lentes.

“A partir de uma coletânea de 68 fotos, que serão doadas pelo fotógrafo para o nosso acervo, apresentamos o Brasil por uma perspectiva mais inclusiva e mais plural, retratando desde o cotidiano das populações indígenas da Amazônia até a esperança no olhar dos jovens cariocas”.

A curadoria da mostra é de Christian Caujolle. A mostra é uma parceria da Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI), instituição gestora do MAR desde dezembro de 2020, com a Embaixada da França no Brasil. A exposição pode ser vista até o dia 26 de março.

*Colaborou Cristiane Ribeiro, repórter do Radiojornalismo EBC

Edição: Valéria Aguiar

Fonte: EBC Geral

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

BRASIL

Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

Publicados

em

A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

Leia Também:  Relatório da ONU aponta rápida deterioração de direitos na Cisjordânia

“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

Leia Também:  Mãe do presidente Jair Bolsonaro morre aos 94 anos

Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA